A 8ª edição do Fórum Saúde Digital mostrou como a inteligência artificial, internet das coisas, blockchain, big data e realidade aumentada estão aperfeiçoando a área da saúde
Cada vez que se adiciona tecnologia, temos um crescimento exponencial. Cada vez que o ser humano sistematiza a informação, temos um salto de evolução.” É com esse pensamento que Thiago Julio, coordenador médico de Tecnologia e Inovação do Departamento de Radiologia do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, iniciou a discussão sobre a saúde no século 21 durante a 8ª edição do Fórum Saúde Digital.
Durante o evento – que aconteceu na última segunda-feira, 21, em São Paulo – médicos, engenheiros e especialistas da área de saúde digital expuseram como eles vêm aplicando conceitos de inteligência artificial, internet das coisas, blockchain, big data e a realidade virtual estão sendo aplicados no campo da medicina de maneira a aperfeiçoar o trabalho médico e experiência do paciente.
Um dos palestrantes do evento, o engenheiro Guilherme Rabello, gerente comercial e de inteligência de mercado da Inova InCor (Fundação Zerbini e InCor), explicou que o blockchain, usado hoje em bitcoins, é uma das grandes apostas para o futuro da medicina:
1) Os hospitais terão centrais de atendimentos digitais, possibilitando que o primeiro contato seja mais rápido e reservando médicos e enfermeiras para os cuidados de pacientes necessitados. Os espaços também terão conexões sem fio com acesso à internet .
2) O blockchain irá causar uma mudança disruptiva. Ele vai permitir que hoje coisas que estão isoladas em centros de saúde possam se tornar universais”, afirma. Como exemplo, o engenheiro fala que, ao invés de cada indivíduo ter vários cartões de plano de saúde, cada pessoa terá um identificador universal baseado em blockchain que irá funcionar no mundo inteiro.
3) Wearables (ou tecnologias vestíveis) são outro conceito que Rabello acredita que irão evoluir nos próximos dez anos. Com durante a consulta médica o especialista só consegue ver o que está disponível naquele instante, os wearables surgem para oferecer a informações que não aparecem. “Os wearables permitem tornar visível o que hoje é invisível, como, por exemplo, checar se a respiração do paciente melhorou ou a função cardiológica dele está melhor. Isso irá ajudar os médicos a tomar decisões”, diz o engenheiro.
4) Outro benefício que o campo da saúde irá ganhar com a tecnologia é a possibilidade de cirurgiões treinarem cirurgias através de programas digitais antes de operarem o paciente. “As cirurgias serão pré-concebidas. Como um piloto hoje treina em um simulador de corrida, o médico irá treinar também”.
5) Médicos também terão a ajuda de óculos de realidade aumentada para enxergar as estruturas dos seus pacientes em caso de tratamentos, para saber qual a melhor posição para se aplicar o medicamento ou injeção, por exemplo.
6) Robôs irão substituir enfermeiros para realizar atendimentos simples e transportar medicamentos entre o hospital, otimizando tarefas simples. “Isso possibilita que enfermeiros trabalhem efetivamente com cuidado humano”, afirma Rabello. Esses robôs já existem em hospitais dos Estados Unidos.
Por Vitória Batistoti
Fonte : http://revistapegn.globo.com/Tecnologia/noticia/2017/08